Brasil será 1º país no mundo a ter ‘modo ladrão’ em celulares Android; veja como vai funcionar

Lia Xan
Lia Xan 5 Min Read
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Recurso estará disponível para alguns usuários já a partir de julho. Antes do lançamento, as lideranças do Google vieram ao país para entender como agem as ‘gangues da bicicleta’, que arrancam o smartphone de pedestres em grandes cidades.

Anunciado inicialmente no Google I/O 2024, a gigante das buscas oficializou nesta terça-feira (11) o lançamento do “modo ladrão” no Android. A novidade, criada para combater roubos, bloqueia a tela do celular ao identificar que alguém o arrancou de sua mão abruptamente.

O Brasil é o primeiro país no mundo a receber esse recurso, que estará em fase de teste a partir de julho para alguns usuários. Para ser ativado, o aparelho deve estar rodando Android 10 ou superior.

O lançamento no Brasil foi confirmado hoje durante o Google For Brasil 2024, evento anual da big tech para apresentar suas novidades para o mercado local.

A empresa explicou que o próprio celular identifica a ação de roubo usando inteligência artificial e o acelerômetro, sensor que mede vibração e aceleração. Assim que o criminoso puxar o aparelho de sua mão, o dispositivo bloqueia a tela e ele só poderá ser ativado novamente com a senha.

A tecnologia, segundo o Google, pode identificar fugas a pé, de bicicleta, de moto e carro. A mensagem “Possível roubo detectado: este dispositivo foi bloqueado automaticamente para proteger seus dados” é exibida logo após o roubo.

Vale lembrar que o governo federal já tem o app Celular Seguro, que também visa inibir roubo e furto de celulares. Com ele, a vítima pode avisar de uma vez várias instituições parceiras do governo, como a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e bancos sobre o ocorrido.

‘Gangue da bicicleta’ motivou criação do recurso
Em coletiva com a imprensa brasileira, o Google disse que, em setembro de 2023, várias lideranças do Android vieram ao Brasil para entender de perto como agem criminosos de roubo de celular. Entre elas estava Sameer Samat, presidente do ecossistema Android.

Naquele mês, os executivos tiveram conversas em Brasília com o então secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, nome por trás do aplicativo Celular Seguro, do governo federal.

“A gente vem conversando recorrentemente com o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Esperamos que o lançamento apresentado hoje possa contribuir para manter as pessoas mais seguranças”, disse Maia Mau, diretora de marketing do Google Brasil”.

A “gangue da bicicleta” foi um dos casos que chamou a atenção da liderança do Android, motivando a criação do “modo ladrão”. As quadrilhas, que atuam no centro de São Paulo, circulam procurando vítimas na rua. Quando encontram, elas arrancam o celular da mão da vítima e saem pedalando.

“O Brasil é uma prioridade altíssima para a liderança do Android. Foi importante ter esse contexto aqui no nosso país para eles anunciarem esses recursos hoje”, afirmou Bruno Diniz, engenheiro de software do Google.
Para que o recurso funcione, o usuário deve ativar o bloqueio de detecção de roubo nas configurações do aparelho. A big tech admite que, quando habilitado, pode ocorrer de o dispositivo identificar um movimento abrupto por engano e bloquear a tela.

Também no Google For Brasil 2024, a empresa anunciou o “Bloqueio de dispositivo offline”, que passa a bloquear a tela do smartphone automaticamente caso ele fique por muito tempo sem acesso à internet. Isso para evitar que criminosos tentem desconectar o aparelho da internet para não serem localizados.

‘Bloqueio remoto’ sem login
O Google ainda disse que pretende facilitar o acesso indevido ao aparelho caso ele seja roubado, furtado ou perdido. Em uma página dedicada, o usuário poderá digitar o número do seu celular para fazer o bloqueio da tela instantaneamente a partir de outro dispositivo, como notebook.

Para evitar que bots (robôs) desativem a tela em massa de vários smartphones e até para evitar brincadeiras entre amigos, o usuário precisa “concluir um rápido desafio de segurança” antes de fazer o bloqueio.

“A medida visa dar mais tempo para que o usuário recupere os detalhes da sua conta e acesse opções mais robustas no Encontre Meu Dispositivo – como a localização do aparelho ou a exclusão de todo seu conteúdo”, explicou o Google.

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